terça-feira, 2 de junho de 2015

Questão de Opinião #5 - Diagrama do relacionamento


Eu, por incrível que pareça, tenho uma namorada. Mesmo feio, gordo e chato. E algumas histórias sempre se repetem, como quando volto para Ribeirão. Toda vez é a mesma coisa, alguma pessoa me pergunta se vou viajar no fim de semana, eu confirmo, ela pergunta se minha namorada vai junto eu digo que não e ela pergunta o porquê, seguido de um “mas vocês não são namorados? Como você vai viajar sozinho?”.

Na verdade mesmo não é mais sempre que acontece, depois de ter explicado várias vezes já acostumaram. De um forma resumida é: não nasci grudado nela e ela tem compromissos que a impedem de ir.  Mas, na minha visão, como funciona (ou teoricamente funcionaria) um relacionamento? Vou explicar com auxilio de figuras (diagrama de Euler-Venn).

No inicio as duas pessoas não se conhecem, então cada uma é um circulo isolado sem interação, sem assuntos em comum.



Quando elas se conhecem e começam a namorar começa a aparecer uma pequena área de sobreposição de seus círculos pessoais, mas ainda resta uma grande área que não é comum, para ambos.



Assim, a medida que o tempo vai passando, os dois se conhecendo, criando intimidades e afinidades, seus círculos vão cada vez mais se sobrepondo, até o pondo máximo de sobreposição que seria o casamento.



No entanto, note que até no casamento há uma parte do circulo que não é comum: a individualidade de cada um. O que acontece muito que eu vejo, pode ser representado nos diagramas abaixo:



Existem, basicamente, essas duas situações que eu vejo, principalmente em casais mais jovens. A primeira é a precipitação, o casal mal começou o namoro e praticamente o tempo todo os dois estão juntos, um diagrama parecido com o de casado. A pessoa não pode ir à padaria sozinha (quando mais viajar e passar o fim de semana fora). A segunda é uma situação pior ainda, porque uma pessoa se dedica, vive em função da outra, mas essa outra nem tanto. É onde começam as brigas e cobranças para que a pessoa seja igual, e as brigas desgastam o relacionamento.

Acredito que seja mais que normal, para não dizer necessário, que cada individuo do casal tenha um tempo só para ele, que seja para jogar bola com os amigos, ir no cabeleireiro, no esteticista, na casa de um amigo jogar vídeo-game, ou até mesmo num bar tomar uma cerveja, obviamente sempre havendo respeito e lealdade com o parceiro. Mas é bom esses momentos longe do companheiro, pois, por mais perfeito que seja o relacionamento existem falhas, pequenas coisas que o outro faz que incomoda, e é justamente nessas horas que a pessoa pode por pra fora aquilo que não gosta, sem correr o risco de magoar o parceiro. Ainda podem surgir conversas comparativas e a pessoas perceber que aquilo que está ficando insustentável não é tão ruim assim. 

Por exemplo: uma mulher quase todo dia reclama com o marido que ele deixa a toalha molhada em cima da cama, e está num ponto de quase separar por esse motivo. Em uma conversa com as amigas ela cita sua aflição, uma amiga relata que o marido dela não abaixa a tampa da privada (nisso a primeira pensa “nossa, ainda bem que o meu abaixa”) e uma terceira diz que o marido deixa a toalha na cama e não abaixa a tampa da privada (ai as duas já pensam “meu Deus, coitada, ainda bem que o meu só faz um. Eu tenho um marido de ouro em casa”). E assim mais um casamento foi salvo. Exageros a parte, uma conversa com os amigos sempre é bem vinda, até para se ter um outro ponto de vista dos problemas buscando solucioná-los ou minimizá-los.

Finalizando, os casais que mal se conhecem e tem o diagrama de casal. Essa intersecção dos círculos pessoais, não é fácil, durante o processo vão se formando pequenas fissuras que necessitam de tempo para serem reparadas já adaptadas à nova realidade.  Por isso é necessário esse tempo de namoro, noivado antes do casamento. Quando é feito muito rápido essas fissuras vão aumentando cada vez mais à medida que os círculos vão se sobrepondo, e sem planejamento o reparo pode não existir ou ser muito lento. Então a soma desses dois fatores acabam levando ao fim de grande parte dos “relacionamentos relâmpagos”. 


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