sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Música para o FDS #34 - Mr. Gyn

Saindo do mês de Outubro, como é a  primeira sexta-feira do mês, trago uma banda que é de fora do cenário principal da música: Mr. Gyn.

Essa banda goiana da rock (Goiás não é só sertanejo) não é novinha, já está na estrada a um bom tempo, e essa música mesmo é mais conhecida.


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Música para o FDS #33 - Elis Regina

Olá pessoal,
para fechar o mês do outubro rosa, nada como ela: Elis Regina.

Uma das maiores interpretes da música brasileira, deixou o mundo prematuramente, mas deixou seu legado, tanto musical quanto genético. Mãe de Maria Rita, Pedro Mariano e João Marcelo Bôscoli, todos ligados à música.


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Música para o FDS #32 - Rita Lee

Olá pessoal,

hoje, dando continuidade ao mês das mulheres, a rainha do rock Rita Lee. Ex-mutante, com seus cabelos coloridos inconfundíveis e voz característica.


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Zueiras Classe "A" #01

São piadas internas, mas que de repente possam se tornar externas.

Hoje começamos com um apelido dado pelo Beto.



Sicha, o sertanejo Gourmet

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A Lenda do Guaraná


A Lenda do Guaraná

Conta a Lenda que em uma aldeia dos índios Maués havia um casal, com um único filho, muito bom, alegre e saudável. Ele era muito querido por todos de sua aldeia, o que levava a crer que no futuro seria um grande chefe guerreiro. Isto fez com que Jurupari, o Deus do mal, sentisse muita inveja do menino. Por isso resolveu matá-lo. Então, Jurupari transformou-se em uma enorme serpente e, enquanto o indiozinho estava distraído, colhendo frutinhas na floresta, ela atacou e matou a pobre criança.
Seus pais, que de nada desconfiavam, esperaram em vão pela volta do indiozinho, até que o sol foi embora. Veio a noite e a lua começou a brilhar no céu,  iluminando toda a floresta. Seus pais já estavam desesperados com a demora do menino. Então toda a tribo se reuniu e saíram para procurá-lo. Quando o encontraram morto na floresta, uma grande tristeza tomou conta da tribo. Ninguém conseguia conter as lágrimas. Neste exato momento uma grande tempestade caiu sobre a floresta e um raio veio atingir bem perto do corpo do menino. Todos ficaram muito assustados. A índia-mãe disse: "...É Tupã que se compadece de nós. Quer que enterremos os olhos de meu filho, para que nasça uma fruteira, que será nossa felicidade". E assim foi feito. Os índios plantaram os olhos do indiozinho imediatamente, conforme o desejo de Tupã, o rei do trovão.


Alguns dias se passaram e no local nasceu uma plantinha que os índios ainda não conheciam. Era o Guaranazeiro. É por isso que os frutos do guaraná são sementes negras rodeadas por uma película branca, muito semelhante a um olho humano.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Música para o FDS #31 - Janis Joplin

Olá pessoal,

no dia de hoje, para embalar o fim de semana, nada com Janis Joplin, com sua voz rouca, rasgada e marcante.


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Na Estante #02 - Graphic Novels MSP

Graphic Novels MSP

Como citei na primeira postagem, estou consumindo bastante quadrinhos ultimamente e um projeto que me pegou de jeito foi esse das Graphic Novels MSP. Como o nome diz, são várias histórias, e o MSP é a surpresa: MSP é Mauricio de Sousa Produções. Isso mesmo, são histórias dos personagens do Mauricio de Sousa.

Os personagens desse projeto vão além dos personagens da turma da Mônica. Na verdade, a turma da Mônica aparece apenas junta e nenhuma história separada. Cada personagem foi dada a um quadrinista diferente para criar a sua história.

Até agora foram oito publicações, duas da turma da Mônica e do Astronauta e do Chico Bento, Penadinho, Piteco e Bidu com uma de cada. As segundas edições (da Mônica e do Astronauta) são sequencias diretas das primeiras. No Astronauta eu inverti a ordem e ainda assim fez sentido, e na da Mônica também faria a GN por si só, no entanto, como existem muitas referencias à anterior, fica bem mais agradável.



Das oito eu li sete, e a primeira foi a do Bidu. Na verdade eu já tinha visto o projeto, mas não havia chamado minha atenção. Sabia do básico, que eram outros artistas dando sua visão sobre os personagens. Mas ouvindo o Matando Robôs Gigantes (post sobre podcast) eles falaram do Bidu – Caminhos, e me despertou a atenção. Coincidiu que na semana seguinte fui à uma livraria e encontrei o exemplar. Li assim que cheguei em casa e fui conquistado. Procurei o restante e me atualizei (quase), tanto que os dois últimos que foram lançados (Penadinhos e Turma da Mônica - Lições) eu comprei logo que foram lançados.

Até um fato curioso teve, quando fui na livraria e estava procurando o Penadinho, o vendedor veio perguntar se precisava de alguma coisa, nisso achei o que queria. Agradeci e disse que já tinha achado, então ele começou a perguntar se eu tinha lido as outras revistas e como eram. Acabou que eu fiz o papel que era o dele.

São revistas muito legais e que eu, como consumi muito gibi quando menor, via aqueles personagens como eles de fato, mas ao mesmo tempo diferentes. Explicando melhor, os traços e alguns aspectos da história (histórias mais complexas, as do Astronauta e do Piteco, por exemplo são mais densas) diferentes, mas a alma permaneceram.


Update: foram anunciados para a terceira etapa as GN do Papa-Capim e do Louco, e foi lançado recentemente a Turma da Mata.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Questão de Opinião #17 - O Peso que carregamos


.
O Peso que carregamos

Semana passada eu fui à feira para comer pastel e tomar caldo de cana, coisa que fazia muito tempo que não fazia. Era uma manhã de domingo bastante quente, mesmo sendo dez horas da manhã. Como já estava na feira comecei a olhar as barracas para comprar algumas frutas e passeando vi um rapaz carregando uma caixa cheia de laranjas.

Reconheci o rapaz, eu havia estudado com ele anos antes na escola. Ele também me reconheceu e parou para me cumprimentar e acabamos conversando um pouco. Notei que ele estava bastante suado, a pele marcada do sol e um aspecto bem cansado. Me disse que estava trabalhando na feira para um cunhado já a quatro meses, pois não conseguia outro emprego desde que fora despedido de uma empresa de telemarketing. A rotina era bastante cansativa, eles montavam a barraca às cinco da manhã e iam desmontá-la perto do meio dia. No período da tarde ainda tinha que ir ao Seasa para repor as mercadorias, ou seja, mais caixas pesadas. Me disse ainda que trabalhava de domingo a domingo, com chuva ou sol, na verdade aos domingos, apenas, podia descansar a tarde.

Após esses poucos minutos de conversa nos despedimos, ele voltou ao trabalho e fui comer meu pastel. Enquanto comia, me compadeci do destino de meu colega. Ainda lembrava dos velhos tempos, enquanto estudávamos. Ele sempre caçoava de mim porque minha mochila estava sempre pesada, com cadernos e livros, enquanto ele levava para a escola apenas um caderno e uma caneta (caderno esse que durou todo o ensino médio), e que mesmo assim era aprovado e não repetia de ano. Todo aquele meu esforço era inútil. A última vez que havíamos encontrado foi pouco depois de sairmos da escola, ele estava todo feliz que já estava trabalhando (ganhando dinheiro dizia), enquanto eu ainda estava estudando e contando moedas.

Fui para casa ainda pensando em tudo isso que havia acontecido na feira, sobre o nosso passado, e agradecendo à Deus sobre minha situação atual, que é bem mais tranquila que do meu colega. Assim pude perceber uma coisa: todos iremos carregar peso nessa vida, cabe a nós apenas escolher quando iremos, por quanto tempo e quanto ganharemos por isso.


(essa é uma estória ficcional que na realidade não aconteceu, mas pode acontecer com outras pessoas por esse grande Brasil.)


terça-feira, 13 de outubro de 2015

Frase da Semana #29


"É permissível a cada um de nós morrer pela sua fé, mas não matar por ela."

Hermann Hesse



Hermann Hesse é um escritor alemão, que mais tarde se naturalizou suiço. Vivenciou as duas grandes guerras e seu livro mais conhecido é o "Lobo das estepes".

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Música para o FDS #30 - Natalie Imbruglia

Olá pessoal, 

hoje trago mais uma mulher para esse mês de outubro, Natalie Imbruglia. O maior sucesso dessa cantora australiana na década de 1990 Torn. Um clipe que era visto todos os dia na MTV, mostrando a desconstrução do apartamento e tudo mais.


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Já ouviu falar em Crowdfunding? #4

Para você que acompanhou as postagens anteriores sobre crowdfunding pode, de repente, imaginar que essa ferramenta é utilizada apenas por artistas para dar vida às suas obras. Publicar um livro ou um HQ, gravar um disco ou um filme, montar uma peça teatral. Mas não é só isso. Ele também é utilizado para muitas outras finalidades além da esfera artística.

Existem projetos ligados à criação de produtos e empresas, projetos ligados à educação como criação de laboratório ou financiamento para participar de alguma competição. E ainda projetos ligados à natureza e preservação de animais, que é o foco dos projetos que apresento hoje.

Como sabemos, a fauna brasileira é uma das mais ricas do mundo, e não se restringe à Amazônia, mas outros biomas são tão ricos quanto, como o Cerrado e Mata Atlântica. Ainda existem animais que não se restringe a um bioma especifico como a onça-pintada que ocupava toda a América do Sul e central, por exemplo. Sabemos ainda que muitos desses animais estão ameaçados de extinção e para ajudar isso não acontecer é necessário muito trabalho. Então os projetos abrangem várias etapas para a preservação. Existem projetos para o estudo de algum animal para conhecer seus hábitos, conhecê-lo melhor para se desenvolver, a partir desses estudos, táticas para uma abordagem mais eficaz. Outros visam ajudar ONGs que protegem animais resgatados e se preocupa com a reinserção na natureza, e ainda há aqueles que promovem a educação da população para ajudar na preservação deles e não predação dos mesmos.

Alguns dos projetos que estão no ar são:
Fluxo de energia: Jacaré-do-papo-amarelo ( https://www.catarse.me/pt/fluxojacare?ref=explore )
É um projeto para o estudo desses animais que se encontrava originalmente por todo o Brasil. Para a pesquisa acaba sendo necessárias várias coisas como barco e motor, já que é um animal que passa a maior parte do tempo na água e ainda material de laboratório.



O projeto é para uma ONG do interior de Goias que abriga animais resgatados de criadores ilegais, atropelados ou que de algum modo precisa da ajuda. Ainda faz um trabalho para reinserir animais de volta às matas e de pesquisa de campo, então são necessárias câmeras e armadilhas.

Esse tem como objetivo a educação da população. Quando se pensa em lobo se pensa em um animal carnívoro e altamente agressivo, mas no Brasil o lobo-guará não é assim. É um animal onívoro (come carne e vegetais) e a carne é de pequenos roedores que caça e galinhas, quando lhe faltam alimentos.




Essa abelhas veem tendo seu numero reduzido devido a degradação de seu meio natural e a concorrência com abelhas vindas de fora que tem uma maior produção de mel.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Frase da Semana #28

"Um homem que não se dedica à família jamais será um homem de verdade"

Essa frase é de Vitto Corleone, do filme O Poderoso chefão.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Música para o FDS #28 - Verônica Ferriani

E aí pessoal, hoje é sexta-feira, dia de música aqui no blog. E mais primeira sexta-feira do mês, dia de artistas nacionais (de preferência não tão conhecidos). E ainda tem mais, mês de outubro. Outubro rosa, mês da prevenção do câncer de mama, então, esse mês apenas música de mulheres.

Para hoje, apresento-lhes Verônica Ferriani, essa moça que nasceu na cidade que é um celeiro de talentos: Ribeirão Preto. Faz shows por todo o Brasil cantando jaz e mpb. Uma voz bastante agradável aos ouvidos e canções que abraçam o coração.

Para conhecer mais, é possível visitar o seu site: http://veronicaferriani.com/


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Outubro Rosa



Hallo pessoal, como vocês já devem ter notado, a cara do blog está um pouco mais rosa, isso devido ao mês que se inicia hoje.

O Outubro Rosa é um movimento popular comemorado no mundo inteiro que remete à cor do laço que simboliza a luta contra o câncer de mama feminino (existe câncer de mama em homens também, apesar de ser bem menos frequente). Esse movimento estimula a participação da população, empresas e entidades para maior consciência, busca de tratamento e diagnóstico dessa doença.

jardim Botânico em Curitiba


Durante o mês de outubro, várias prefeituras e outros órgãos públicos costumam mudar a cor da iluminação de monumentos para lembrar da importância do movimento. Vários setores também costumam entregar laços cor-de-rosa para serem usados na altura do peito pelas pessoas. Campanhas de prevenção são realizadas em espaços públicos para facilitar o acesso da maior parte de pessoas possível.

O câncer de mama feminino é que tem a segunda maior incidência de casos novos no Brasil, perdendo apenas para o câncer de próstata e logo a frente do colo de útero. A estimativa para o ano de 2014 era de 57.120 novos casos. E como todo tipo de câncer, quanto mais inicial for encontrado maior é a possibilidade de cura. O tratamento engloba cirurgia e/ou quimioterapia e/ou radioterapia, sendo que a abordagem e decisão de tipo de tratamento (se era utilizada uma, duas ou as três técnicas) depende do estadiamento da doença.

Opera House em SIdney



A prevenção sempre é o melhor remédio, então, tanto mulheres quanto homens, procurem conhecer seus corpos e fazer os exames preventivos com a periodicidade adequada. No caso das mulheres é indicado se fazer anualmente a mamografia a partir dos 50 anos, e se houver casos de câncer de mama na família, dos 40.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Questão de Opinião #16 - Zona de Conforto


Zona de Conforto

Como o próprio nome diz, a zona de conforto é uma região onde a pessoa se sente confortável. Isso nas mais diversas esferas que pertencemos. É interessante estarmos nessa região? Lógico, afinal, quando estamos na zona de conforto temos poucas (ou nenhuma) preocupações relacionadas ao assunto.

É mais do que batido dizer que “para crescer é preciso sair da zona de conforto”, mas será que é verdade? Não sei você, caro amigo, mas eu acredito. Todos os anos eu me proponho a começar ou aprender algo novo, e com isso evoluir.

Eu mesmo me desafio a empreender essas novas jornadas e sei que se não for dessa maneira, continuarei na mesma. Na época da escola e faculdade eu tinha todo o tempo do mundo para estudar e fazer os trabalhos, mas, invariavelmente, eu ia deixando e ficava tudo para última hora, e fazia. Traduzindo para o contexto, enquanto não havia a cobrança eu estava na zona de conforto e não fazia nada, mas com a proximidade da data limite essa zona me era tirada, e eu tinha que me virar. Acredito que assim, como eu muitos faziam, fazem e ainda farão.

Se você dança ou toca algum instrumento, tente aprender novos ritmos ou fazer em uma velocidade maior. Não vai ser fácil no começo, mas logo esse novo ritmo, ou velocidade, já estará sendo executados de forma natural, de maneira confortável.

Outra situação cotidiana que é possível observar a acomodação na zona de conforto é no emprego. Quando no inicio a pessoa, geralmente, não se importa de chegar mais cedo, sair mais tarde e se esforçar para mostrar seu valor. Mas quando ganha a confiança e se acomoda, começa a chegar atrasado, não pode sair um minuto mais tarde, inventa desculpa para não realizar as tarefas. Porém, se houver um boato que a empresa está em crise e haverá demissões, a pessoa volta a se mexer.

É proibido ficar nessa posição? De jeito nenhum, mas, pode não ser tão seguro quanto parece. É muito mais fácil capturar um boi que pasta todos os dias no mesmo lugar que um búfalo selvagem que tem que migrar atrás de alimento e água. Se você tem sua zona de conforto, não precisa abandoná-la, basta continuar exercitando para caso apareça um predador, você ainda tenha condições de correr.


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A festa no Céu


A festa no Céu

Num tempo em que os animais falavam, correu uma noticia entre os bichos de que ia acontecer uma Festa no Céu!

Toda a bicharada ficou animada! Festa!? Oba! Que beleza! E no céu ainda! Ah! Todos queriam ir, é claro!

Mas, no meio daquele falatório todo, apareceu um beija-flor com uma novidade: Só poderia ir na festa, bicho que soubesse voar!

-O Quê? – falou o macaco.


-Como assim? – Resmungou a raposa.

E todos os que ao sabiam voar ficaram muito zangados e chateados... Menos o sapo.

É que ele já tinha uma bela idéia para conseguir chegar à festa: O urubu era o músico do pedaço. Não sabia cantar, mas tocara uma viola como ninguém.

No dia da festa, o sapo, aproveitando um momento de distração do urubu, entrou pelo buraco e se escondeu dentro da viola. O urubu passou a mão na viola e foi voando para a festa.

Chegando lá. Colocou a viola num canto e fui cumprimentar os amigos, tomar uma bebida antes de começar a tocar.

Nesta hora o sapo saiu bem de fininho de dentro da viola e foi para o grande salão!

Nossa! Era um lugar como ele nunca havia visto: Tapetes de nuvens, paredes de por do sol e céu de madrugada estrelado. Nem podia acreditar no que seus olhos viam.

Quando recuperou o fôlego, saiu pulando e dançando. A surpresa foi geral. Como é que o sapo, bicho feio e sem asas, tinha conseguido chegar ali?



- Voando! – ele dizia e dava risada.

Depois de muito dançar, cantar, comer, beber, rir, os animais foram ficando cansados e aos poucos começaram a ir embora.

O Sapo acho que estava na hora de se esconder de novo para voltar para a terra.

Discretamente, sem que ninguém visse, entrou novamente no buraco da viola do urubu.

O Urubu foi um dos últimos a sair. Tinha comido bastante e estava se sentindo pesado.  No meio do caminho começou a cantar, o sapo, distraído, começou então a dançar.

O urubu imediatamente percebeu o movimento do sapo. Olhou pelo  buraco da viola e viu ali, o sapo, fazendo ele de burro de carga. Ficou louco de raiva. Olhou lá dentro da viola e disse:

-Ah, então foi assim que você veio para a festa? Me fazendo carregar todo esse peso? Você me paga, daqui você não passa.

E virou a viola de cabeça para baixo! O sapo foi caindo, caindo, caindo....

E o sapo se espatifou todinho ao cair em cima de uma pedra.

Depois, os bichos da terra ficaram com pena dele. Recolheram todos os seus pedacinhos e remendaram.

Dizem que é por isso que o sapo tem a pele toda costurada até hoje! 

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Música para o FDS #27 - Lobão

Hoje, dia 25 de setembro, é o dia do Rádio. Ouvi isso no rádio hoje pela manhã, então não poderia ser diferente o post de hoje: uma música de homenagem.

A música é "Rádio Blá" do Lobão.


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Na Estante #01 - O Monstro - Lembranças

O Monstro - Lembranças

Como havia dito na postagem anunciando a criação dessa nova coluna, eu já tinha a vontade fazia tempo de criá-la, mas estava sempre adiando, colocando empecilho que impediam a concretização. No entanto, após ler essa Graphic Novel (junto também com outros acontecimentos), percebi que para ela acontecer eu teria que fazer alguma coisa, a coluna não se criaria sozinha.

Pois bem, comecemos do começo. Acho que já escrevi isso aqui (ou em algum texto que depois vou colocar), mas faz parte da minha rotina, logo pela manhã acessar alguns sites de tirinhas para animar meu dia, e um desses sites é o mentirinhas, do Fábio Coala. O mentirinhas eu acompanho desde, pelo menos, 2011, quando as pessoas nem tinham braços; e o site contam com alguns personagens, um deles é O Monstro.

Pense em um ser grande, roxo, com um olho verde e outro azul, um narigão, rabo, um par de asas minúsculas e três fios de cabelo amarelo, esse é o Monstro. Apesar da aparência, e do nome, assustadora ele está sempre disposto a ajudar quem o possui. Esqueci de falar, ele é de pelúcia (no mundo físico). Todas as histórias dele levam a alguma reflexão.



Em uma manhã de segunda-feira, antes de ir para a faculdade dar aula, passei no hospital e dei uma conferida no site. O coala estava anunciando que estava começando um projeto de crowndfunding para fazer a Graphic Novel. Pensei “depois que voltar vejo melhor”. Mas segunda era uma dia muito corrido e não consegui ver. Na terça-feira, mais da metade da meta já havia sido atingida, me enrolei e não fiz o cadastro. Na quarta-feira já havia se esgotado as possibilidade de recompensa mais acessíveis. Fiquei sem a HQ. 

Mas quando foi esse ano, procurando um livro que havia sido lançado recentemente, entrei no site da Marsupial editora e me deparei com “O monstro”. Não titubeie e já comprei-o. Quando chegou (junto com outros dois livros) já fui abrindo o pacote, olhei os três e comecei a folhear a HQ.

essa imagem não pertence à Graphic Novel


Sem dar muitos spoilers, a história começa meio sem sentido, pelo menos pra mim, mas se amarra de forma impressionante no final (faltando bem pouquinho para a revelação eu saquei), e foi muito bacana. Uma carga emocional muito grande e situações que nos leva a pensar em muitas coisas. O livro também vem com um micro-chip de GPS embutido muito disfarçado que revela sua localização para os “ninjas-cortadores-de-cebola” te encontrar, essa é a única explicação que vejo para eles terem aparecido.


Resumindo, é uma história fantástica que todo mundo deveria ler. É muito rápida e tem umas sacadas que conversam muito bem com toda a HQ. Não é preciso conhecer o monstro previamente, ou o site do mentirinhas, mas acredito que conhecendo tem um tempero a mais. Mas pode ser também uma porta de entrada para as publicações diárias do Coala. E só tenho que agradecer o monstro, que sempre ajuda quem tem contato com ele, por também ter me ajudado e ter me dado coragem para iniciar esse projeto. 

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Questão de Opinião #15 - Não é o que parece #2 - Preguiça


Não é o que parece #2 – Preguiça

Continuando a série que comecei na quinzena anterior, hoje é o dia da preguiça.  Até hoje, nunca ouvi ninguém elogiar alguém de “preguiçoso”, muito pelo contrário. E da mesma forma que a inveja (leia aqui), ser preguiçoso, ao meu ver, pode não ser de todo ruim.

Em geral, logicamente, ter preguiça é prejudicial à pessoa e ao grupo que convive com ela. A preguiça impede que esse ser realize as atividades que são necessárias. Isso se ela vier desacompanhada, mas e se ela estiver acompanhada da criatividade?

Imagino que muito das grandes invenções e avanços se deram quando essas duas coisas formaram uma parceria. Bem lá no início da humanidade, o homem formava tribos que vagavam procurando comida que pudessem coletar e animais que pudessem caçar e passaram a fixar em um local (o sedentarismo) com a “descoberta” da agricultura. Ao invés de andar quilômetros todos os meses, agora ele mora sempre no mesmo lugar, acredito que há um dedinho de preguiça ai. E mais, será coincidência uma pessoa que não pratica exercícios físicos ser chamada de sedentária?

Na agricultura era preciso que o homem arasse a terra, para deixar o solo mais fofo e a semente tivesse mais facilidade para se desenvolver. Mas foi um preguiçoso que viu que ele podia amarrar o seu arado em um boi que esse faria o serviço por ele. Para que remar um barco, se existem motores à vapor. Um preguiçoso juntou os dois e agora o barco se movia com muito menos esforços? E aquele senhor que tinha preguiça de alimentar seu cavalo todos os dias? Pensou em uma carroça que andasse sozinha.

Ou seja, mesmo a preguiça sendo algo tão ruim que impede de se fazer coisas, ela pode ser justamente o gatilho para se inventar algo que poupe trabalho e energia.


terça-feira, 22 de setembro de 2015

Frase da Semana #27

"Lute, e o mundo luta com você; perca, e você perde sozinho"



Ouvi essa frase hoje mais cedo no "Rapaduracast 438 - O Clube dos Cinco" e o Raphael Draccon soltou, vinda da cultura oriental, essa sobre o como é a vida em que na hora que as pessoas mais precisam (na derrota) ficam sozinhas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A Raposa e as Uvas

A Raposa e as Uvas

Uma Raposa, morta de fome, viu, ao passar diante de um pomar, penduradas nas ramas de uma viçosa videira, alguns cachos de exuberantes Uvas negras, e o mais importante, maduras.

Não pensou duas vezes, e depois de certificar-se que o caminho estava livre de intrusos, resolveu colher seu alimento.

Ela então usou de todos os seus dotes, conhecimentos e artifícios para pegá-las, mas como estavam fora do seu alcance, acabou se cansando em vão, e nada conseguiu.



Desolada, cansada, faminta, frustrada com o insucesso de sua empreitada, suspirando, deu de ombros, e se deu por vencida.

Por fim deu meia volta e foi embora. Saiu consolando a si mesma, desapontada, dizendo:
"Na verdade, olhando com mais atenção, percebo agora que as Uvas estão todas estragadas, e não maduras como eu imaginei a princípio..."

Moral da estória: Ao não reconhecer e aceitar as próprias limitações, o vaidoso abre assim o caminho para sua infelicidade.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Música para o FDS #25 - Inspetor Faustão e o Mallandro

Para quem nasceu na década de 80 provavelmente viu esse filme na sessão da tarde na década seguinte (entre tantos outros): O Inspetor Faustão e o Mallandro.

Nesse filme de 1991 em que o Faustão e o Sérgio Mallandro são dois policiais que combatem o tráfico de animais silvestres. Nesse filme também surgiu essa pérola do cancioneiro popular brasileiro.


quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Na Estante #00 - A Origem

Na estante

Esse é um bloco que pensei juntamente com a criação do blog, mas que ainda não havia aparecido por dois motivos básicos. O primeiro é não acabei de ler nenhum livro desde que comecei o blog (apesar de ter começado uns três)(update: terminei); e segundo é complicado manter uma periodicidade.

Pensei em lançar a coluna quando já tivesse um público maior e constante, então eles também enviariam suas impressões sobre o que leram e poderia ter material para manter a frequência. Mas pensei bem, e ainda gostaria de contar com a participação dos leitores principalmente, mas vou lançar a coluna sem ter uma periodicidade determinada. Pode ser que demore mais de mês entre duas publicações ou três semanas seguidas, vamos ter a coluna. 

Apesar de não ter terminado de ler nenhum livro, eu tenho lido muito nesses últimos meses. Além de coisas voltada ao trabalho, muitas HQs (histórias em quadrinhos). Mas por que não colocá-las aqui? Não serão todas, mas algumas que selecionarei, inclusive “O Monstro – lembranças” que foi o que realmente me fez mudar de idéia (Ah, esse monstro sempre apronta dessas!). E não serão apenas livros, mas HQs, CDs e filmes, quem sabe?!

Acompanhando melhor esse mundo dos quadrinhos puder notar que o cenário nacional está muitissimo bem representado. São muitos ilustradores, roteiristas, arte-finalistas, etc....embora muitos acumulem as funções. Além dos já antigos e consagrados Angeli, Glauco entre outros, essa nova geração está muito bem representada Fábio Coala, os irmãos Cafaggi, Danilo Beiruth, Chris Peters e o menino Gustavo Borges (são só exemplos, tem muitos e muitos outros).


Então, já dei dicas sobre os próximos dois posts. E se alguém acabou de ler alguma coisa e tiver interesse de divulgar sua opinião, não se acanhe, mande um email para papoclassea@gmail.com com seu texto que publicaremos.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

TECNOBORGUETE #8 - .brO uso do Software na Gestão do Futebol



.brO uso do Software na Gestão do Futebol

Olá a todos, o post de hoje é sobre a utilização da tecnologia para aprimoramento de resultados no futebol. Trata-se de um software chamado SAP Hana (High-Performance  Analytic Appliance ou Aplicação Analítica de Alta Performance) de uma empresa Alemã chamada SAP (Sistemas, Aplicativos e Produtos para processamento de dados), que o objetivo de sua implantação é análise de dados dos jogadores, das partidas do campeonato em que o clube disputa e dos adversários, afim de melhorar a performance da disputa de uma partida de futebol. A princípio os dados e resultados são coletados no Software pelos profissionais do Centro de Dados Digital (CDD) e depois é enviado a cada atleta por meio de Tablets pessoais de cada um.
O software já é usado pela seleção da Alemanha, campeã da Copa do Mundo de 2014, e hoje no Brasil o Grêmio, clube de futebol  do Estado do Rio Grande do Sul, um investimento de cerca de R$ 3,5 Milhões de Reais para os cofres Gremistas, que já iniciou o uso da tecnologia, porém em fase inicial de testes, sendo o primeiro clube da América Latina. Nos dias atuais, faz-se necessário à busca por métodos eficientes de trabalho para melhoria da qualidade, no caso no ambiente escolar em que trabalho identifico muitas necessidades de melhoria na Educação de um país de um modo geral, ou como citado acima, no esporte. O futebol para rendimento dos atletas de alto desempenho, e a implementação da ferramenta computacional ou tecnológica é uma grande iniciativa, mas é necessário um alto investimento e profissionais capacitados a utilizarem, pois contando que o projeto não fique só na idéia e ação de aquisição. É evidente que se capacite e conscientize os profissionais e o público ao uso da tecnologia, assim podemos afirmar que objetivos e benefícios serão alcançados no uso do Software nos detalhes que decidem partidas de futebol e na Educação como desenvolvimento de aptidões nos alunos com determinadas atividades envolvendo informática.
Para conhecer melhor o Software SAP Hana compartilho o link da reportagem do clube de futebol Grêmio, grande iniciativa com alto investimento, que já se tem um exemplo da Seleção Alemã colhendo excelentes resultados no campo Futebolístico. Obrigado e até o próximo Post, excelente semana a todos.



terça-feira, 15 de setembro de 2015

Frase da Semana #26

Esse ano foi encontrada no cofre de uma escola de Porto Alegre uma carta escrita pelo físico Albert Einstein. Essa carta que estava guardada havia muito tempo continha uma frase que chamou muita a tenção:

"O pensar é para o homem, o que é voar para os pássaros. Não toma como exemplo a galinha quando podes ser uma cotovia"

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Música para o FDS #24 - Red Hot Chilli Peppers

Relembrando os tempos idos quando essa banda californiana estouravam nas paradas das rádios FM e na MTV,


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Pedindo Pizza com RAP

Semana passada eu postei um vídeo de como pedir pizza de uma forma diferente, cantando música clássica.

Mas nem todos tem esse talento, de modo que uma alternativa é pedir pizza cantando rap.


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Questão de Opinião #14 - Não é o que parece #1 - Inveja


Não é o que parece #1 - Inveja

Hoje inicio uma série de textos (não serão consecutivos) que é intitulada “não é o que parece”. O que seria isso? São assuntos ou temas que podem parecer ruins, mas de acordo com a motivação certa, um olhar próprio, passa a ser bom. Ou o contrário, assuntos que inicialmente são bons e passam a ser ruins, e o primeiro é a inveja.

A inveja é uma palavra que quase que instantaneamente traz um sentimento ruim quando pronunciada ou lida. Dizer que uma pessoa é invejosa é uma ofensa, é um defeito abominável. No entanto, acredito que a tomada de decisão para o julgamento da pessoa deve dar mais alguns passos antes de ser tomada.

Digo isso, pois, a inveja pura e simples, de fato, é ruim, não há como negar. Mas ela pode ser convertida em algo positivo, gerar um desconforto e fazer a pessoa a tomar decisões que a evolua.
Vamos a um exemplo, eu encontro um amigo e descubro que ele comprou um carro novo, olho para o meu velhinho e a inveja domina meu ser, eu queria ter um carro daquele. Se parar por ai é ruim. Mas essa inveja me leva a refletir: por que ele tem aquele carro? Porque ele tem dinheiro. Então se eu tiver dinheiro eu posso comprar um carro daquele. E bingo, descubro que preciso mexer meu traseiro gordo para ganhar dinheiro.

Outro exemplo, meu amigo aparece com uma namorada muito bonita, e todas as meninas que eu saio (se eu saio) são muito feias: eu fico com inveja. Mas eu sou feio, sem nenhum atrativo às mulheres bonitas. Vou começar a me virar para me tornar atraente: tentar ir à academia, ficar mais inteligente, descolado. Não sei, mas vou fazer algo que desperte o interesse das mulheres.

Enfim, nos dois exemplos (apesar de serem bem toscos) elucida o meu ponto de vista. A inveja é ruim, mas pode ser boa se ela for aquela motivação para fazer a pessoa evoluir, pois muitas vezes precisamos de algo que nos incomode e nos faça sair da zona de conforto. Se a pessoa for acometida por esse mal e ficar na mesma, só reclamando, com toda certeza, é bastante ruim. Ou pior, levar a pessoa a tomar uma atitude má.


terça-feira, 8 de setembro de 2015

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Pedindo pizza com classe

Acredito que a maioria das pessoas gostam de pizza. E nada mais confortável do que comê-la em seu lar, com a roupa mais larga, descalço, sentado o sofá enquanto assiste o que bem entende na televisão. Imagina se você morar em uma cidade grande e tiver passado uma semana bem corrida e cansativa. E para isso basta pedir a pizza que ela chegará em sua residência.

Mas por que pedir de uma maneira convencional, igual a todo mundo? E se inovássemos na forma de fazer o pedido? A família Horn fez isso, pediu uma pizza com classe, literalmente falando. Veja só:


quarta-feira, 2 de setembro de 2015

TecnoBorguete #7 - Games e educação no trânsito



Games e educação no Trânsito.

Olá a todos que acompanham o blog, depois de alguns dias sem escrever, volto com os posts sobre tecnologia, e hoje abordarei um tema que me agrada muito que é o aprendizado envolvendo a utilização de Games que além de ser um atrativo ao entretenimento, ele apoiam o desenvolvimento cognitivo dos usuários. Na reportagem que acessei (neste link aqui), citam dicas de aplicativos e games que colaboram e servem de apoio para noções básicas de trânsito além da conscientização de crianças, jovens e adultos tem indicação de vários jogos que são voltados a educação no trânsito e até mesmo preparando o usuário ao exame de habilitação seguindo as regras do DENATRAN (Departamento de Nacional de Trânsito). Boa leitura e até a próxima...






Mudanças

Olá amigo leitor, venho comunicar uma pequena alteração na programação do blog. A partir de hoje ela fica da seguinte maneira:

Segunda-Feira: Conto um conto
Terça-Feira: Frase da Semana e Piada da Semana
Quarta-Feira*: TecnoBorguete/Questão de Opinião
Quinta-Feira: conteúdo aleatório
Sexta-Feira: Música para o FDS

*as colunas da quarta-feira se alternarão, então irão ao ar a cada 15 dias.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O Único Assassinato de Cazuza - parte 2


O Único Assassinato de Cazuza

de Lima Barreto


você encontra a parte 1 aqui.

...continuando

Os dois calaram-se e, silenciosos, se puseram a fumar. Ambos pensavam numa mesma coisa: em encontrar remédio para um tão deplorável estado de coisas. Mal acabavam de fumar, Ponciano disse desalentado:

- E não há remédio.

Hildegardo secundou-o.

- Não acho nenhum.

Continuaram calados alguns instantes, Hildegardo leu ainda um jornal e, dirigindo-se ao amigo, disse:

- Deus não me castigue, mas eu temo mais matar do que morrer. Não posso compreender como esses políticos, que andam por aí, vivam satisfeitos, quando a estrada de sua ascensão é marcada por cruzes. Se porventura matasse creia que eu, a que não tem deixado passar pela cabeça sonhos de Raskólnikoff, sentiria como ele: as minhas relações com a humanidade seriam de todo outras, daí em diante. Não haveria castigo que me tirasse semelhante remorso da consciência, fosse de que modo fosse, perpetrado o assassinato. Que acha você?

- Eu também; mas você sabe o que dizem esses políticos que sobem às alturas com dezenas de assassinatos nas costas?

 - Não.

- Que todos nós matamos.

 Hildegardo sorriu e fez para o amigo com toda a serenidade:

- Estou de acordo. Já matei também.

O médico espantou-se e exclamou:

- Você, Cazuza!

- Sim, eu! - confirmou Cazuza.

- Como? Se você ainda agora mesmo...

- Eu conto a coisa a você. Tinha eu sete anos e minha mãe ainda vivia. Você sabe que, a bem dizer, não conheci minha mãe .

- Sei.

- Só me lembro dela no caixão quando meu pai, chorando, me carregou para aspergir água benta sobre o seu cadáver. Durante toda a minha vida, fez-me muita falta. Talvez fosse menos rebelde, menos sombrio e desconfiado, mais contente com a vida, se ela vivesse. Deixando-me ainda na primeira infância, bem cedo firmou-se o meu caráter; mas, em contrapeso, bem cedo, me vieram o desgosto de viver, o retraimento, por desconfiar de todos, a capacidade de ruminar mágoas sem comunicá-las a ninguém - o que é um alívio sempre; enfim, muito antes do que era natural, chegaram-me o tédio, o cansaço da vida e uma certa misantropia.

Notando o amigo que Cazuza dizia essas palavras com emoção muito forte e os olhos úmidos, cortou-lhe a confissão dolorosa com um apelo alegre:

- Vamos, Carleto; conta o assassinato que você perpetrou.

Hildegardo ou Cazuza conteve-se e começou a narrar.

- Eu tinha sete anos e minha mãe ainda vivia. Morávamos em Paula Matos... Nunca mais subi a esse 
morro, depois da morte de minha mãe...

- Conte a história, homem ! - fez impaciente o doutor Ponciano.

- A casa, na frente, não se erguia, em nada, da rua; mas, para o fundo, devido à diferença de nível, elevava-se um pouco, de modo que, para se ir ao quintal, a gente tinha que descer uma escada de madeira de quase duas dezenas de degraus. Um dia, descendo a escada, distraído, no momento em que punha o pé no chão do quintal, o meu pé descalço apanhou um pinto e eu o esmaguei. Subi espavorido a escada, chorando, soluçando e gritando: "Mamãe, mamãe! Matei, matei..." Os soluços me tomavam a fala e eu não podia acabar a frase. Minha mãe acudiu, perguntando: "O que é, meu filho !. Quem é que você matou?" Afinal, pude dizer: "Matei um pinto, com o pé."

E contei como o caso se havia passado. Minha mãe riu-se, deu-me um pouco de água de flor e mandou-me sentar a um canto: "Cazuza, senta-te ali, à espera da polícia." E eu fiquei muito sossegado a Um canto, estremecendo ao menor ruído que vinha da rua, pois esperava de fato a polícia. Foi esse o único assassinato que cometi. Penso que não é da natureza daqueles que nos erguem às altas posições políticas, porque, até hoje, eu...

Dona Margarida, mulher do doutor Ponciano, veio interromper-lhes a conversa, avisando-os que o "ajantarado" estava na mesa.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Classe "A" Investiga - Fenômeno Sicha _ Part 3 (final)

Fomos à salgadeira da Dona Cleide que fica perto da escola de música. Ela fez revelações impressionantes. “Eu gosto muito dele. É curioso, porque ele é o meu melhor cliente, mas nunca me entregou um real sequer, coitado!”, nos disse Cleide. Confusos com isso, continuamos nossa conversa com a proprietária, “ele vem aqui quase todos os dias, mas sempre vem acompanhado com algum aluno, professor ou amigo dele. Come por volta de uns três salgados, mas nunca tem dinheiro, aí a outra pessoa paga”. Dona Cleide disse que não se importa com isso, e no começo pensou que ele se prostituia por salgados, mas quando soube que não aproveitou a situação. Desde que Sicha começou a freqüentar a lanchonete ela já contratou cinco funcionárias. “Eu sempre pergunto na escola quando ele entra de férias para eu também dar férias pras meninas. O movimento cai 80% nessa época.”



No sábado tentamos a nossa última abordagem. Fomos à casa de Sicha novamente, mas devido a uma música muito alta não ouviram o interfone. Nesse momento estava saindo um veiculo utilitário da garagem, adesivos diziam que era do açougue do Gérson. O condutor parou para conversar com nossa equipe. “Nossa, é todo sábado que venho aqui trazer as coisas. Todo sábado tem churrasco. O açougue fica a um quarteirão, mas tenho que vir de carro porque é muita carne, carvão, cerveja e outras bebidas. Carne só picanha, um pouco de lingüiça. Mas frango ele não come, diz que lembra um amigo dele.” Revelou Luiz, o entregador, e terminou a entrevista dizendo, “mas vocês me dão licença que eu ainda tenho que encher mais uma vez o carro, tenho que trazer a outra metade da mercadoria.”



Após essa entrevista desistimos de falar com Sicha. Podemos compreender superficialmente esse “fenômeno Sicha” na economia local. Graças aos hábitos do famoso multi-tarefas ele gera empregos diretamente, como o mordomo Jaime e outros empregados em sua casa, no pesqueiro do Toshiro, na escola em que ele dá aulas e açougue. E ainda empregos que são gerados indiretamente, como na fábrica de ração, na fazenda e lanchonete. Enfim, Sicha é gente que faz.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Classe "A" Investiga - Fenômeno Sicha - Parte 2

Em nossa saída vimos um caminhão entregando a ração utilizada pelo Sr. Toshiro. Resolvemos ir mais a fundo na investigação. Marcamos uma entrevista para terça-feira pela manhã com Antonio Manuel Ferreira, proprietário da fábrica de ração. Ele nos atendeu no horário combinado. “Estavamos quase fechando quando o Toshiro aumentou a quantidade de pedidos”, revelou Antonio. “Isso foi a uns três anos atrás. Perguntei ao japonês o que havia acontecido e ele me respondeu que havia um novo cliente: Danilo Sicha. Ele continua indo lá te hoje e graças a ele já troquei minha frota de caminhão, dobrei a produção e contratei mais alguns ajudantes.”



Depois de uma bela refeição, o sr. Antonio nos levou à fazenda “Mar Dourado” que fornece a matéria prima para a produção de ração. Na fazenda conversamos com o Sr. Matias, “Os negócios estão indo de ‘vento em poupa’. Chegamos a fechar um contrato de exclusividade com o sr. Antonio (fábrica de ração) para vender nosso milho. Antes metade da fazenda eu plantava milho e na outra metade criava umas vaquinhas, umas galinhas. Hoje é tudo milho e comprei a (fazenda) do vizinho que plantava cana. Coitado, o álcool pode chegar a dez reais o litro que ainda perde do meu contrato com o Sr. Antonio.”



Já na quarta-feira ainda não havíamos desistido de conversar com Danilo Sicha. Dessa vez tentamos uma abordagem diferente, fomos à escola em que ele dá aula de música. Músico, jogador, empresário e ainda professor. Porém, quarta-feira, também, é dia de folga dele. Aproveitamos e conversamos com alguns alunos presentes e funcionários. “Ele é gente boa, o único problema é que sempre se atrasa”, revelou Jéssica, a secretária da escola. “O Sicha? Melhor professor que tem. Não é rígido, deixa a gente bem livre pra nos desenvolvermos no nosso ritmo”, disse um aluno. Já outro contou “muito legal ele. Acho que todo mundo gosta dele, tem um cara que eu conheço que já tem cinco anos de aula com ele. Mas o melhor é quando vamos comer salgado aqui perto.”

continua...

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Classe "A" Investiga - Fenômeno Sicha - Parte 1

Alguns comerciantes de Ribeirão Preto, interior do estado de São Paulo, não têm do que reclamar. Apesar de o país inteiro estar apertando o cinto com os gastos, principalmente lazer, esses comerciantes estão lucrando como nunca graças a um fenômeno conhecido como “Danilo Sicha”.

Estes conhecido jogador do plantel do FACAA (Futebol Arte Classe “A” e Amigos) e músico vem contribuindo para a economia local de forma impressionante. A nossa equipe tentou entrevistá-lo durante uma semana sem sucesso, no entanto, foi possível entender esse fenômeno econômico ao redor dele.

Na segunda-feira fomos à residência do multi-tarefas pela manhã para conversar, mas ele estava dormindo. Quando retornamos, após uma pausa para o almoço, ele havia saído para pescar, como faz todas as segundas. Jaime, seu mordomo, forneceu à nossa equipe de jornalismo o nome e endereço de alguns pesqueiros que Danilo costuma ir. Apenas no final da tarde, depois de visitar cinco pesqueiro, encontramos aquele que Sicha havia passado a tarde. Mas chegamos tarde e ele já havia ido embora. Aproveitamos para conversar com Toshiro Kobaiashi, o proprietário.




Toshiro disse “O Sicha é muito querido aqui, ele vem pelo menos duas vezes por mês, né! Antes do Sicha a gente fechava nas segundas, mas agora é o segundo dia mais lucrativo, só perde pro domingo”. Toshiro ainda contou como esse fenômeno melhorou os investimentos e possibilitou a contratação de pessoas: “agora nós temos mais pessoas trabalhando aqui. Contratei meu sobrinho e a esposa dele pra cozinhar e trabalhar de garçom. Tem o Almeida que é professor de pesca, o primeiro do estado inteiro. E ainda contratei o Juquinha, mas ele só trabalha nas segundas, ele é o colocador oficial de iscas”.




Curiosos, conversamos com Juquinha, que se negou a dar entrevistas por ser menor de idade. Ele nos revelou que todas as iscas que Sicha usa é ele quem coloca. Disse ainda estar muito satisfeito com o emprego e que ainda faz um extra: ele segura a vara e fisga para o Danilo quando ele está cansado.

continua...