Imediatismo Monetário
Não sei ao certo como as coisas acontecem em outros países
que não o Brasil apesar de conversas com algumas pessoas que estiveram fora e
filmes, então vou falar de como as coisas acontecem dentro de nossas
fronteiras.
O Brasil, historicamente, foi um país em que grande parte da
população foi pobre e pouco foi investido em educação pelos poderes
competentes. Por outro lado, dos anos 80 pra frente, muita coisa mudou com a
queda da URSS e explosão da internet e meios de comunicação mais sofisticados.
O Brasil, além dessas mudanças globais, saiu de uma ditadura militar que durou
cerca de vinte anos e depois de várias mudanças de moedas (e poupanças
confiscadas) conseguiu implantar uma moeda forte e controlar a inflação
monstruosa que vinha assolando o mercado.
Devido à essas característica de baixa renda das famílias
grande parte dos jovens começavam a trabalhar cedo para ajudar em casa e, por
muitas vezes, abandonavam os estudos. Mas os pais de nossa geração e até mesmo
parte dos pais deles já começaram uma revolução educacional, com a mulher
saindo para trabalhar fora de casa diminuíram o número de filhos e puderam
investir mais na educação dos mesmos. Mas parte da minha (nossa) geração começou
a sofrer de um grande mal: o consumismo. Não que ele tenha surgido agora, mas
ele conta com um grande aliado nos tempos atuais: a mídia rápida e feroz.
Cada vez passamos mais tempo expostos, nossa geração foi a
que passou mais tempo em frente a TV durante a infância e hoje todos passam
muito tempo nos celulares, computadores e, ainda, televisão. E esses meios
basicamente vendem coisas e dizem “você tem que ter, tem que comprar” direta ou
indiretamente, quando uma pessoa próxima ou celebridade “tem uma coisa e você
não”.
De modo geral podemos dividir, grosseiramente, as famílias e
seus jovens em três tipos: as que os jovens precisam trabalhar para ajudar, as
que os jovens podem se dedicar ao estudo tranquilamente e gozar do poder de
compra e aquelas famílias que se esforçam para seus filhos não precisem
trabalhar, mas não tem grande poder de compra.
Os dois tipos de família “não tem escapatória”, mas o
terceiro tipo, que é intermediário que é mais complicado lidar. Muitos jovens
(pessoas de um modo geral) são muito imediatistas, ou seja, querem tudo o mais
rápido possível, e sabendo que não podem ter, dão um jeito de ter. Acontece
nessa faixa de renda que o jovem não tendo aquele produto acaba resolvendo
trabalhar para ter “o seu dinheiro e gastá-lo como quiser”, mas ele não percebe
que acaba prejudicando seu estudo, muitas vezes chegando a fazer o segundo grau
a noite para poder trabalhar durante o dia.
O estudo é fundamental para a formação da pessoa, o estudo
geral não só o formal (escola, faculdade, etc.). E quanto mais estudo (em
qualidade, não apenas o papel) melhor preparada a pessoa está e mais
oportunidades acabam surgindo, assim, as chances de melhores ganhos aumentam. O
que acontece com o jovem que deixa de lado o estudo para trabalhar é um boicote
contra ele mesmo, em que ele troca a chance de um futuro com ganhos bons por um
presente e futuro de ganhos ruins.
Infelizmente, como já disse, existem os jovens que PRECISAM
trabalhar para compor a renda da casa, não é uma opção, para esses, o buraco é
um pouco mais embaixo, e depende, antes de tudo de medidas que vem de cima.
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