terça-feira, 5 de maio de 2015

Questão de Opinião #4 - Imediatismo monetário


Imediatismo Monetário

Não sei ao certo como as coisas acontecem em outros países que não o Brasil apesar de conversas com algumas pessoas que estiveram fora e filmes, então vou falar de como as coisas acontecem dentro de nossas fronteiras.

O Brasil, historicamente, foi um país em que grande parte da população foi pobre e pouco foi investido em educação pelos poderes competentes. Por outro lado, dos anos 80 pra frente, muita coisa mudou com a queda da URSS e explosão da internet e meios de comunicação mais sofisticados. O Brasil, além dessas mudanças globais, saiu de uma ditadura militar que durou cerca de vinte anos e depois de várias mudanças de moedas (e poupanças confiscadas) conseguiu implantar uma moeda forte e controlar a inflação monstruosa que vinha assolando o mercado.

Devido à essas característica de baixa renda das famílias grande parte dos jovens começavam a trabalhar cedo para ajudar em casa e, por muitas vezes, abandonavam os estudos. Mas os pais de nossa geração e até mesmo parte dos pais deles já começaram uma revolução educacional, com a mulher saindo para trabalhar fora de casa diminuíram o número de filhos e puderam investir mais na educação dos mesmos. Mas parte da minha (nossa) geração começou a sofrer de um grande mal: o consumismo. Não que ele tenha surgido agora, mas ele conta com um grande aliado nos tempos atuais: a mídia rápida e feroz.

Cada vez passamos mais tempo expostos, nossa geração foi a que passou mais tempo em frente a TV durante a infância e hoje todos passam muito tempo nos celulares, computadores e, ainda, televisão. E esses meios basicamente vendem coisas e dizem “você tem que ter, tem que comprar” direta ou indiretamente, quando uma pessoa próxima ou celebridade “tem uma coisa e você não”.
De modo geral podemos dividir, grosseiramente, as famílias e seus jovens em três tipos: as que os jovens precisam trabalhar para ajudar, as que os jovens podem se dedicar ao estudo tranquilamente e gozar do poder de compra e aquelas famílias que se esforçam para seus filhos não precisem trabalhar, mas não tem grande poder de compra.

Os dois tipos de família “não tem escapatória”, mas o terceiro tipo, que é intermediário que é mais complicado lidar. Muitos jovens (pessoas de um modo geral) são muito imediatistas, ou seja, querem tudo o mais rápido possível, e sabendo que não podem ter, dão um jeito de ter. Acontece nessa faixa de renda que o jovem não tendo aquele produto acaba resolvendo trabalhar para ter “o seu dinheiro e gastá-lo como quiser”, mas ele não percebe que acaba prejudicando seu estudo, muitas vezes chegando a fazer o segundo grau a noite para poder trabalhar durante o dia.

O estudo é fundamental para a formação da pessoa, o estudo geral não só o formal (escola, faculdade, etc.). E quanto mais estudo (em qualidade, não apenas o papel) melhor preparada a pessoa está e mais oportunidades acabam surgindo, assim, as chances de melhores ganhos aumentam. O que acontece com o jovem que deixa de lado o estudo para trabalhar é um boicote contra ele mesmo, em que ele troca a chance de um futuro com ganhos bons por um presente e futuro de ganhos ruins.


Infelizmente, como já disse, existem os jovens que PRECISAM trabalhar para compor a renda da casa, não é uma opção, para esses, o buraco é um pouco mais embaixo, e depende, antes de tudo de medidas que vem de cima.


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